Deus está presente em toda Sua Criação – no milagre da vida; na perfeição de cada ser da natureza; nos ciclos infinitos de cada universo particular, geral e universal; na sabedoria; na beleza. Por Amor, Deus nos criou e somos “alimentados” pela Sua energia.
A essência de toda a Criação é o Amor, com letra maiúscula porque é Amor do Criador. E para nos mantermos conectados a Ele, precisamos buscar a essência do que chamamos de religião, que nada mais é do que o Amor Incondicional a toda Criação.
Como a busca do invisível começa pela observação do visível, o ser humano se utiliza de artifícios para que ele possa delinear suas crenças, conforme seu nível de evolução. Deus não criou nenhuma religião, assim como as conhecemos. Foi o homem que as criou e como ele não tinha como conceituar o que era Deus, o sagrado, e a religião propriamente dita, ele procurou formas próprias para expressar seu entendimento sobre algo que vai muito além da sua compreensão, criando então os templos, igrejas, dogmas, rituais, símbolos.
O ser humano faz a sua própria interpretação da religião e, na maioria das vezes, cria um “deus exterior” e coloca-o a seu serviço, atribuindo-lhe inclusive a responsabilidade por tudo o que acontece na sua vida. Isso porque ele não se considera responsável por suas ações, pensamentos e sentimentos e, se algo acontece, diz que é porque “Deus quis” ou “Deus não quis”. Quando erra, acha que depende de Deus para ser perdoado, quando na realidade está submetido às leis divinas e universais de causa e efeito. Nós mesmos precisamos ter consciência e responsabilidade para assumir e corrigir nossos erros.
Quando o ser humano aprender que tudo na sua vida é de sua única e total responsabilidade, ele procurará seguir as Leis Divinas, promovendo sua autotransformação, e o fará não se sentindo obrigado, mas porque se sente em sintonia com Deus e com as Suas Leis.
Como cada ser humano é um ser individualizado e tem o seu livre-arbítrio, ele escolhe seu caminho, assim como tem o seu próprio conceito de Deus e de religião. Este conceito é, portanto, relativo, ou seja, depende da forma como cada um O compreende, estando em sintonia com seu nível de consciência.
A verdadeira essência da religião foi desvirtuada, obscurecida, diante dos interesses do ser humano. Quantas mortes foram causadas em nome de Deus e da religião?
De forma geral, o ser humano não “compreendeu” o que é religião na sua essência, porque isso requer que ele se volte para dentro de si mesmo e não para seu exterior como o faz. Muitos interpretam a religião como lhes convém e se deixam levar pelo lado mais fácil, às vezes pela fé cega ou pela promessa de encurtar o caminho para a “salvação” da sua alma, isentando-se assim da responsabilidade pelas transgressões às Leis Divinas.
Os homens também “dividiram” as pessoas criando o preconceito, a segregação e a intolerância religiosa, em vez de proporcionarem a fraternidade universal. Os homens não se entendem e não fazem questão de buscar a comunhão, a solidariedade, o altruísmo, a compaixão, a tolerância, o respeito – tornaram-se adversários. Considerando que cada um tem o seu livre-arbítrio, deveria haver ao menos aceitação e respeito pela opção de cada um.
Cada religião tem o seu papel na sociedade e no mundo. Ela tem o poder de transformar as pessoas, levá-las para o lado do Amor, ou da apatia (aceitar tudo sem questionar) ou do fanatismo e da arrogância, utilizando-se para isso de todos os recursos materiais e intelectuais. Cada um segue o caminho que acredita ser verdadeiro e se identifica com a religião que tem mais afinidade.
Triste constatar que o ser humano ainda não “compreendeu” as Leis Divinas e os ensinamentos dos quais gosta tanto de citar. Existe apenas muito discurso e pouca ou nenhuma prática.
Observemos que “ter uma religião” é diferente de “ser religioso”. “Ter uma religião” é optar por uma igreja e seguir seus preceitos, dogmas e rituais. “Ser religioso” é praticar os ensinamentos em conformidade com as Leis Divinas. Não adianta ir à missa/culto/ritual e ao sair ser desrespeitoso com as pessoas, fazer maldades, usar da hipocrisia e falsidade nos seus pensamentos, palavras e ações, inclusive com a natureza e os animais. Ser bom e puro de coração leva o ser humano a praticar a religião natural e intuitivamente, conforme as Leis Divinas.
Por isso, a religião deveria ter o compromisso de conduzir o ser humano na sua evolução e fazer com que ele vivencie o ensinamento maior que é “amar ao próximo como a si mesmo”, unindo a humanidade em uma grande fraternidade.
O Amor Incondicional ultrapassa qualquer tipo de fronteira, ilumina por onde passa e está acima de qualquer diferença, sem nenhum tipo de preconceito, porque sua base está alicerçada na fraternidade universal.
A prática da religião tem como pré-requisito apenas esse Amor, porque nesse caso é a alma divina que se manifesta e, somente com esse Amor é que o ser humano conseguirá perceber a centelha divina que está dentro dele e de cada um dos seres criados, unindo a todos numa mesma energia.

