Desde muito cedo na minha vida, eu tinha ‘sede de saber’. Sempre fui uma buscadora. Lia muito, estudava e intuitivamente queria saber mais sobre espiritualidade. Para mim, esse assunto sempre foi considerado algo próprio da minha natureza, como se já soubesse que antes de eu ‘ter um corpo material’, eu ‘sou um ser espiritual’. E isso sempre foi natural e inquestionável para mim. Simplesmente É.
Essa busca me fez entender que estou aqui para evoluir consciencialmente. Sentia o quanto precisava aprender para que pudesse evoluir. E assim, aos poucos, porque nada acontece de forma rápida como queremos, entendi que é preciso “ser pequeno para poder crescer”.
Para crescer é preciso abrir um espaço dentro de si mesmo.
Se quiser evoluir, tem que aprender coisas novas, sempre expandir seu conhecimento. E não é só isso, mas também praticar o que aprendeu. Isto é essencial.
Ser pequeno é reconhecer-se ínfimo frente ao universo. Saber que conhecimento não se esgota. Quanto mais estuda, mais tem para estudar. Lembro aqui da famosa frase de Sócrates: “Só sei que nada sei.”, que com toda humildade reconhece a vastidão do conhecimento e a sua pequenez.
Ser pequeno é ser humilde em tudo e com todos. Não conseguiremos amar, ter empatia e compaixão se não formos humildes. Não aprenderemos nada de novo se acharmos que sabemos tudo. Não nos abriremos para o novo, para ouvir o outro, para refletir sobre novos conceitos, para mudar sempre que a mente expandir.
Ser pequeno é saber que nossa mente pode se abrir para as inúmeras possibilidades que o universo disponibiliza. Não podemos limitar as opções. E assim, a vida vai abrindo os caminhos e oportunidades.
Ser pequeno é se desapegar de tudo o que não te representa, dizer não àquilo que você não acredita, não ser conivente com o que não corresponde aos valores e princípios que regem a vida e o ser humano, nem ficar preso a locais, pessoas, status, fama.
Ser pequeno é ter a coragem de interromper algo, retroceder, se for preciso. É muito melhor e mais nobre reavaliar as coisas da nossa vida, para realinhar nosso caminho, do que insistir no que vai nos levar a consequências desastrosas e até a perda da nossa paz interior.
Ser pequeno é não se alimentar com as ‘ilusões’ deste mundo, porque tudo aqui é efêmero, tem começo e fim muito rápido, e cair na realidade depois, vai doer. Sempre fazer tudo com consciência.
Ser pequeno é ter a inteligência de rever seus valores e princípios, se for o caso. A humanidade está distorcida e corrompida e as pessoas não sabem mais os verdadeiros valores e princípios que movem o ser humano e a toda Criação. Estão desconectadas das Leis Divinas que regem a vida.
Ser pequeno é aceitar sua vulnerabilidade. Entender que não precisa ser perfeito. Esta consciência trará relações mais fortes e uma vida mais significativa. Entender isso, livrará você do perfeccionismo, do medo de errar e de se expor como é (sem máscaras).
Ser pequeno é aceitar que cometemos erros – e esta é uma fonte de aprendizado. Cometer erros faz parte da vida, mas reincidir nos erros leva a andar em círculos e não evoluir. Se mais uma vez acontece a mesma situação, é porque temos que aprender com ela e cuidar para não reincidir, somente assim vamos superando um erro após o outro e aprendemos o que precisamos.
Ser pequeno é entender que perfeição neste mundo não existe e todos têm muito a melhorar. Se não entendermos isso, só traremos sofrimento para nossa vida, uma vez que essa característica nos faz exigir muito mais de nós mesmos e de outrem, e nunca vamos conseguir perdoar e nem atingir nossas expectativas.
Aprendi assim, que é preciso trazer para a consciência a importância do “ser pequeno para poder crescer”. Isto faz toda diferença na vida e abrirá um espaço dentro de nós. Somos um receptáculo, que deve estar pronto para receber e absorver tudo o que a vida nos trouxer. Tudo muda a todo instante e é esse fluir da vida que vai nos propiciar a evolução.
Quando você se permite perceber e aceitar que você simplesmente É - um ser espiritual em evolução neste mundo, há um encontro consigo mesmo, com sua alma, que te acolhe. Nossa alma nos guia, e ela não exige perfeição, ela nos orienta no melhor caminho. Você tem o livre arbítrio para escolher, mas com certeza, não tem por onde fugir da sua responsabilidade e consequências das suas escolhas.
Precisamos ter consciência de sermos eternos aprendizes para poder melhorar a cada dia, até que no processo da nossa evolução, possamos chegar um dia, ainda muito distante, à perfeição. Este dia chegará quando estivermos prontos para nos reintegrar a Deus.

