No início da madrugada, uma coisa incrível acontece comigo...
Acordo e, como que numa tela, tudo o que aconteceu no dia anterior vai aparecendo. As lembranças vão chegando...
Mas uma coisa incrível vai se processando, parece que existe uma grande peneira, onde as coisas boas passam tranquilamente, e as coisas que não foram tão boas, ou que foram ruins, ficam sobre a peneira.
Essas coisas ruins me deixam atenta e me fazem relembrar o que aconteceu, para que eu possa entender. E me pergunto: o que isso causou? machuquei alguém? falei o que não devia? deixei de fazer algo importante? As ‘fichas vão caindo’, ou seja, minha consciência me faz avaliar o que devo fazer para corrigir, fazer o que deixei de fazer, e claro, para quem pedir perdão.
Esse processo me lembra um ensinamento atribuído à Sócrates, em forma de parábola, que relata a história de uma pessoa vai contar um fato a Sócrates e, antes que ele fale, Sócrates pergunta-lhe se o que ele vai falar passa pelas três peneiras da Sabedoria: a da verdade, a da bondade e a da utilidade.
Só por curiosidade, para quem não conhece a parábola, a peneira...
· Da verdade, é se a informação é verdadeira.
· Da bondade, é se faz o bem, se é uma coisa boa que será dita.
· Da utilidade, é se a informação é útil e necessária.
Se a resposta a qualquer um desses casos for negativa, é melhor não falar nada. A reflexão proposta é para ter o discernimento sobre o que vai ser dito, passando por essas três peneiras.
Precisamos fazer esse tipo de ‘revisão’ com frequência, ou seja, repassar as experiências que tivemos durante todo o dia, trazendo para a consciência tudo o que percebemos que precisa melhorar. Fazendo isso com constância, ficamos cada vez mais atentos aos nossos pensamentos, palavras e atitudes, para que evitemos errar novamente.
Acredito que tudo o que pensamos, falamos, sentimos e fazemos no dia a dia deve ser algo que represente a nossa verdade, que esteja imbuído de bondade sempre, e que realmente seja útil e necessário.
Tem uma frase que digo sempre: temos que fazer o nosso melhor em qualquer circunstância. Para mim ‘ou faço bem feito ou não faço’. Se for para fazer ‘mais ou menos’, só para dizer que fiz, prefiro não fazer. Imagine se todos fizessem o seu ‘melhor’... quantos problemas seriam evitados. O mundo seria muito melhor.
E temos esse ensinamento há milhares de anos: ‘não fazer aos outros, aquilo que você não quer que lhe façam’. Isso seria realmente fazer o seu melhor, para receber de volta também o melhor.
Temos que ter consciência de que o ser humano não é perfeito, é óbvio, e, portanto, ele erra, mas quando errar, ele deve trazer isso para sua consciência e fazer com que esse erro sirva de aprendizado para sua vida e sua evolução. Claro que iremos reincidir. Somos teimosos, e nosso ego sempre vai querer insistir em certos pontos. Mas é com o conhecimento disso, que podemos nos controlar e promover mudanças e melhorias.
Estamos neste mundo para sermos melhores hoje do que fomos ontem e melhores amanhã do que fomos hoje, e assim seguirmos tentando sempre fazer nosso melhor.
O erro é sempre um sinal de que ainda tem algo a melhorar. E isso nós faremos para o resto das nossas vidas. E também não adianta virar um perfeccionista, digo isso por experiência própria. Só vai ter mais uma característica para corrigir.
Se cada um corrigir, ou ao menos pedir perdão àquele que sofreu com nossa atitude, ficaremos mais leves e ‘fizemos o que poderíamos fazer’ naquela situação. O importante é ficar atento para não errar de novo. “Orai e vigiai”, essa é a frase importante para não reincidir no mesmo erro.
Uma consciência que deve ser ativada é não exagerar com os próprios filhos, ou com aqueles com os quais convivemos. Devemos ensinar e dar o exemplo de ‘como ser’ e também ‘como não ser’. Caso contrário, esse ciclo não será rompido, impactando na vida de outras pessoas.
Lembrar sempre: a responsabilidade é totalmente sua por tudo na sua vida. Tudo são consequências das suas escolhas do que pensar, sentir, falar, e como agir. Assim É.

