Efeitos físicos e psíquicos da respiração profunda
Muito usada no início da meditação, relaxamento e práticas bioenergéticas
Eu sempre me questionei sobre os efeitos da técnica de respiração usada no início da meditação e até de relaxamento, a qual começa com pelo menos três respirações profundas, seguidas da retenção do ar nos pulmões por alguns segundos, e depois a exalação de forma lenta.
Esta técnica propicia a interiorização, criando o foco na respiração, o esvaziamento da mente, e assim facilita o início do processo de meditação e conexão com energias mais sutis. Mas quais os efeitos que ocorrem no nosso corpo físico e psíquico quando praticamos esse exercício?
Minha mentora e amiga, Debora Rosario, me deu uma explicação muito boa, referente à parte física do nosso corpo: “Quando da inspiração profunda com retenção do ar, mudamos o estado fisiológico do nosso corpo, causando uma mudança do padrão das ondas neurais, trazendo um aumento da oxigenação do sangue. Este processo reduz a atividade do nosso sistema nervoso simpático, que deixa nosso corpo sempre em alerta, preparado para a resposta de “luta ou fuga”, e intensifica o sistema nervoso parassimpático, proporcionando o relaxamento e alterando o fluxo sanguíneo no cérebro, o que pode aumentar nossa percepção, proporcionando um estado alterado de consciência.”
Esses efeitos ocorrem assim que inalamos o ar, o qual entra nos pulmões e depois segue pela corrente sanguínea, que o leva para as nossas células. Estas captam o oxigênio (dentre outros componentes do ar), gerando energia para o nosso corpo físico.
Importante acrescentar que nesse processo absorvemos um outro componente, tão essencial quanto o ar, que é o ‘prana’, ou ‘energia vital’, ou ‘chi’, dentre outros nomes. O prana é considerado o ‘sopro da vida’, porque é a energia que dá vida ao corpo e o mantém. Sem essa energia não há vida como a conhecemos.
O prana é uma energia bastante conhecida e difundida por diversas tradições espirituais, como o hinduísmo e o yoga, dentre outras. Aprendemos, por exemplo, que os Vedas (textos sagrados indianos com mais de 3.000 anos) já mencionavam o prana como a energia que anima o universo. Os Upanishads (textos sagrados do hinduísmo) descrevem-no como a ‘força vital’ que é absorvida pelos seres vivos através do ar que respiram. Existem outras tradições que confirmam esse fato há milhares de anos.
Daí vem a pergunta: qual a fonte da energia prânica ou vital, ou seja, de onde ela vem e como a absorvemos?
A energia denominada de ‘prana’ está em tudo. Ela está difusa no espaço, no ar, na luz do sol, nos alimentos, em toda natureza, ou seja, em tudo o que existe. Esta energia é imanente a tudo e ‘atravessa’ tudo, porque é ela que mantém a vida como ela é, mas o prana não é o ar: ele usa o ar como meio.
A respiração profunda e intencional é a forma mais fácil de percepção da energia prânica, assim como a absorção pelo ar é a forma mais difundida sobre como recebemos o prana.
Quando respiramos profundamente, o estado da mente é alterado e isso possibilita ao corpo psíquico ou sutil a captação do prana. Ele flui pelo nosso corpo, usando canais chamados de “nadis” (yoga) ou meridianos (acupuntura), e é absorvido pelos nossos chakras, que distribuem a energia para todo nosso corpo, trazendo equilíbrio energético, tanto para o corpo físico como para o corpo psíquico. Quanto mais consciência sobre esse processo – a respiração profunda, a sensação da energia entrando no corpo, o foco na respiração, mais o prana flui e chega nos pontos essenciais do nosso corpo.
Essa prática e todo processo do fluxo do ar e do prana, dentro do nosso corpo físico, vai criar um contexto bioquímico, neural, fisiológico, que provoca também um estímulo energético da glândula pineal.
Ainda não se tem comprovação de como isso acontece no corpo físico, mas acontece. A energia prânica está em tudo e, dentro do nosso corpo não é diferente. A energia é ‘inteligente’ e é canalizada para onde ela é necessária, principalmente se trabalhamos com a energia de forma intencional e dirigida.
Fisicamente, a glândula pineal é sensível à radiação solar e tem a função de estimular a atividade fisiológica e a vitalidade do nosso organismo. É ela que regula os ritmos do nosso corpo, através do ciclo dia-noite. Assim, ela coordena os horários de produção de cada hormônio do nosso corpo. Mas além disso, ela tem uma sensibilidade especial de captação das energias sutis, aquelas que não conseguimos perceber por meio dos nossos cinco sentidos.
Quando focamos no processo de meditação, respiração ou até relaxamento, buscamos elevar nossos pensamentos para o cosmos, o céu, como se queira chamar. Buscamos nos conectar com energias sutis, que propiciem um estado alterado de consciência. Dizemos que a glândula pineal nos conecta com a “outra dimensão”, ou seja, com outros planos dimensionais, uma vez que temos ciência de que “aonde nosso pensamento for, nossa energia vai atrás”.
Essa prática de respiração, quando feita com ‘intenção’, foco, entrega, nos possibilita receber a energia que precisamos, abre nossa percepção para as intuições, insights, respostas que estamos buscando. Isto porque ficamos mais receptivos, sem o tumulto de pensamentos que normalmente temos.
A respiração é, portanto, um recurso muito importante, que aliado às práticas bioenergéticas, proporciona o equilíbrio físico e energético dos nossos corpos. Essas práticas, quando feitas com conhecimento e consciência, podem melhorar muito nossa vida e, consequentemente, nosso bem-estar físico e espiritual.
Percebem que tudo isso vai nos proporcionar uma frequência vibratória que equilibra e energiza nossos corpos físico, mental, emocional e espiritual? Teremos muito mais equilíbrio, discernimento, clareza e leveza para nosso dia. Mas é claro que não fica restrito apenas à essa prática, também precisamos trabalhar com nossos pensamentos, sentimentos, emoções e atitudes, para que estejam alinhadas com frequências vibratórias mais elevadas e, assim, todos nossos corpos fiquem em sintonia.
No plano material ficamos totalmente envolvidos com tanta informação que nos rodeia no dia a dia, nossos sentidos ficam atentos e exaustos com tanta agitação, que precisamos periodicamente dar uma pausa, uma ou mais vezes durante o dia. Assim, recarregamos nossas energias, trazendo mais equilíbrio para nossos corpos.
Sempre me lembro de que falamos “respira fundo” em momentos difíceis e quando alguém está com a “cabeça quente” a ponto de explodir. E faz todo sentido, porque ao respirar profundamente, ativamos todo nosso corpo físico e psíquico, o que nos trará de volta ao equilíbrio, harmonia, ao domínio do nosso corpo e mente. Nesse momento da “respiração profunda” não pensamos em nada, apenas respiramos e aliviamos a tensão, trazendo mais lucidez para uma tomada de atitude. Assim, podemos evitar consequências desastrosas. Sempre bom lembrar...
Deus é perfeito e fez tudo perfeito. Apesar de estarmos numa vivência em um corpo denso, precisamos nos reconectar com Ele. Isso acontece quando dormimos e nosso corpo sutil se eleva para o plano espiritual, assim como quando meditamos, nos desligando temporariamente das atividades deste plano. Entramos num momento único, no presente, no agora de nós mesmos, dando um alento para nossa alma e um reforço energético para nosso corpo físico.
Que possamos praticar sempre uma meditação ou um bom relaxamento, todos os dias. Com certeza, teremos mais leveza, discernimento, lucidez, amorosidade para conosco e para com os outros. Confiaremos no fluxo da nossa vida e nos entregaremos a ele com fé.

