Não há como definir “Consciência Crística” porque depende da compreensão de cada um. Podemos talvez dizer que “Consciência Crística” é um estado de consciência, mas ainda assim é muito abstrato, além de ser algo individual a ser vivenciado por cada um.
A consciência do “ser crístico”, do Cristo Interno, simplesmente desperta em nós no momento em que aceitarmos nossa origem divina e nos entregarmos ao Pai, sem medos ou dúvidas, e com um total sentimento de aceitação e união. Quanto mais próximos de Deus e suas Leis, mais elevado nosso nível de consciência e a compreensão da “Consciência Crística”. Essa compreensão dependerá da moral, da fé e do nível de consciência atual de cada um. A fé é, pois, o primeiro passo para o conhecimento intuitivo de Deus.
Para que ocorra o despertar da “Consciência Crística”, precisamos ter o sentimento que iguala e une a todos nós, seres humanos: o AMOR INCONDICIONAL – amor que dá sem esperar nada em troca. Esse amor é aquele que nos faz entender o que é realmente “amar ao próximo como a si mesmo” e reconhecer o outro como nosso verdadeiro “irmão”. É esse amor que faz com que criemos um espaço dentro de nós para incluirmos uns aos outros. Esse ato natural e divino nos conecta com a consciência do Cristo que está em nós ainda não manifestada.
Quando reconhecemos o outro como sendo nosso irmão, adquirimos a consciência de que um precisa do outro para viver e para evoluir, e assim nos conectamos com o amor verdadeiro, a Luz Infinita de Deus. E quanto mais conseguirmos enxergar o outro como nosso “irmão” mais nos aproximamos de Deus. Isso se dá também com todos os seres da Criação, seja animal ou vegetal.
“Sabemos” que Deus está dentro de nós – mas é preciso mais do que “saber”. É preciso sentir, agir e pensar com a consciência do Cristo Interno, guiados pelas Leis Divinas.
A “Consciência Crística” está em nós. É inerente a nós, porque fomos criados por Deus, somos Seus filhos, feitos à Sua imagem e semelhança. Quando temos consciência crística, passamos a compartilhar Luz Infinita de Deus.
Compartilhar a LUZ INFINITA quer dizer que “reaprendemos” a dar Amor incondicional, o Amor Divino, que está latente dentro de nós e é assim que a consciência do Cristo atua através de nós. O amor incondicional representa o quanto estamos dispostos a compartilhar a jornada com nossos irmãos, pois é dando que se recebe.
Tudo o que faz parte da nossa existência nos foi dado gratuitamente por Deus e, para que possamos nos conectar com Sua Luz, é preciso que “fechemos o circuito”, ou seja, que compartilhemos com nosso próximo a Luz que recebemos de Deus. Desta forma, receberemos ainda mais Luz. E assim realizamos nosso propósito divino na Terra.
“É relativamente fácil dar do que é seu, mas é imensamente difícil dar o próprio Eu. É bom dar do que temos – é sublime dar o que somos. Quem dá de si mesmo é iluminado por Deus e tanto mais receberá na vertical quanto mais compartilhar na horizontal.” (Rohden, Huberto – Em Comunhão com Deus, São Paulo: Ed. Martin Claret, 2008)
Quanto mais nossa LUZ brilha, mais a “Consciência Crística” se faz presente.
Jesus veio para nos ensinar como chegar ao Pai:
João 14, 6-7 - “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.
João 14, 11 - “Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim.”
Assim, para chegarmos ao Pai, precisamos ter a “Consciência do Cristo”, ou seja, dos seus ensinamentos, da comunhão com Deus, da consciência de irmandade e fraternidade.
A meditação frequente pode nos mostrar o caminho para a compreensão da Consciência Crística, dependendo única e exclusivamente de nós mesmos. Para começar, precisamos nos desvincular dos cinco sentidos, controlados pelo nosso ego. Precisamos, em primeiro lugar, ter o desejo consciente de expandir nossa consciência e então, nos cercar de circunstâncias favoráveis que nos abram os canais energéticos para a remoção de obstáculos que impedem a nossa entrega total ao Eu Interior.
Não devemos nos preocupar com resultados e sensações indescritíveis, mas apenas com nosso bem-estar, tranqüilidade, paz profunda, entrega total (sem controle do ego), e procurar não pensar em nada – manter o silêncio mental.
Para isso simplesmente devemos aceitar Deus dentro de nós. Não questionar. Não duvidar. Não ter medo de nada. Se entregar à Sua Presença. Nesse momento nosso ego não arbitra mais. Ao nos entregarmos, seremos conduzidos pela Luz Infinita. É só confiar nela.
E assim, com total paz interior, imbuídos de humildade, amor incondicional e fé inabalável, num estado de total receptividade, nos elevaremos ao “céu” que está dentro de nós mesmos, em níveis cada vez mais elevados de consciência. O mundo exterior e o ego deixam de existir dando lugar ao Eu Interior, livre, pleno, real, Sagrado. O tempo e o espaço deixam de existir; o microcosmo se funde no macrocosmo.

